terça-feira, março 24, 2009

Pois, não sei. O que eu acho é que invento umas coisas à volta de outras coisas, não sei se é para me fazer de interessante ou se é mesmo assim e pronto. Mas complico facilmente o que nada tem de complicado, ou se tem não me envolve ou não me afecta - não?
Faço sempre uns desenhos mais ou menos abstractos e mais ou menos românticos, quase dramáticos e catastróficos à volta de um ponto muito pequeno. E o que acontece depois é que, quando finalmente consigo ver com alguma clareza o que foi claro o tempo todo - menos para mim - percebo que fui mais ou menos exagerada, ingénua e sinto-me parva, sinto que o mundo inteiro olha para mim e me vê quase pedante, porque dramatizei e envolvi-me num enredo que não existia. A seguir passo às explicações, que só vêm complicar ainda mais a minha frágil posição de miúda com carácter novelesco - podias ser guinista, miúda, escreverias uns bons diálogos, pega neles e passa-os para o papel, logo se vê no que dá.

domingo, março 22, 2009

quarta-feira, março 18, 2009

Decisão

Chega de escuro, a partir de agora é luz. Já não chove - por agora - e há sol todos os dias, brindo a isso! Esta é a minha manifestação. Tenho medo do escuro, por isso não poderia fazer mais sentido. Sol.

terça-feira, março 10, 2009

Herança

Depois disto tudo, entro num ritmo diferente - não novo, só diferente - dos dois dias anteriores.
Deixo-me embebedar num verde e num espaço que redescubro em cada semana, em cada dia, até. Não percebo se é uma espécie de bálsamo, uma espécie de... mood raiser... parece que é só ligar a luz e a luz volta, como é que me explico que possa passar em menos de um segundo de uma coisa a outra é que já não sei. Sim, é a luz e o verde, e o privilégio deixado por quem tão bem sabia que era só ligar o interruptor... Podíamos ter falado tanto sobre isto. É que com o privilégio numas coisas também ficou o medo noutras, e a espectacularidade é a outra face: tenho dois dias para decidir se vale a pena perder uma para evitar a outra - memória curta como sintoma? Privilégio, sim, posso começar por aí. Há alguma coisa de especial na lente que me foi deixada em herança e que me permite ver a outra herança, a física, como um Dom, como o Milagre. Até que ponto é que posso escolher o Dom e manter a lente - o filtro? Uma perda de energia tão forte tem de ser compensada com um descanso - Vera, acorda, não há descanso nessa pausa: lembra-te como não dormiste, mesmo querendo. O gasto de energia é imenso e invertido, não parece?
Mesmo tudo isto, esta confusão e ondulação, posso considerar privilégios, se souber gerir. Mas a definição é: in-gerível. É disso que gosto em mim. Está sol e calor e apetece-me submergir uns minutos. Só para lavar um bocadinho estas ideias confusas e poder entrar no que me é permitido pelo privilégio. O meu legado é quase só genético. Mas não só, e essa é a subtil marca de água que me liga e desliga. Nunca tinha pensado nisto desta maneira, mas gosto, sim gosto. As minhas manifestações são diferentes das suas, ou talvez nem tanto, eu tenho um lado subterrâneo bem mais subterrâneo que o seu, mas o espaço aberto é igualmente manifesto. E por isso, obrigada, a. D. Por tudo. Sim, por tudo.

domingo, março 08, 2009

SHIT

It's all coming back.

quarta-feira, março 04, 2009

Apaixonada. Completamente apaixonada. Perdidamente apaixonada. É conquista cada passo, cada dia. Acordar é abrir muito os olhos, esticar os braços e abraçar. Ouvir. Cheirar. Agradecer. Não sei o que espero, mas espero tudo. Quero dar, dar, dar. E receber o pouco - mas o pouco é tanto! Música nas ruas ou na minha cabeça, cantarolar baixinho no caminho para o Metro. Olhar para cima, não para os passeios. Ver janelas onde é possível reinventar toda uma história para esta História. Parece que sou pequena para abarcar tudo. Sou muito mais pequena do que eu, sou menos do que tudo isto. Descubro o Novo a toda a hora, nem sei mais onde cabe tanta coisa. Tenho medo, também, claro que tenho medo, faz parte do que é isto.
Dias e noites e cores e músicas e pessoas e brilho e aprendizagem e nuvens e calor e água e eu e sabores e experiências e ideias e livros e viagens e amor e vinho e danças e abraços e linguagem e vontades e medos e plantas e cozinhados e presentes e janelas e fotografias e ondas e café e sacrifícios e respeito e verde e calma e esperanças e quereres e euforias e espontaneidade e força e mergulhos e frescura e eu e tu.
Estou apaixonada. Perdidamente apaixonada pela minha vida.