quinta-feira, junho 29, 2006


No instante em que desapareceram as luzes artificiais e turísticas que enchem este canto, milhões de estrelas apareceram de repente. Afinal Cascais ainda é uma aldeia de pescadores sossegada. Claro que a ilusão durou pouco tempo, mas foi o suficiente para lembrar que há coisas que não se perdem.

segunda-feira, junho 26, 2006

Portugal-Holanda

Ontem Portugal ganhou à Holanda e Lisboa encheu-se de carros, buzinas, bandeiras e cachecóis verdes e encarnados. Adoro esta cidade assim. Parece que de repente ficámos todos muito amigos. O futebol aproxima. Tem piada.

Welcome Back

Vale a pena passar uma hora sentada nas chegadas do aeroporto de Lisboa. É uma pequena fábrica de emoções.
As pessoas olham, expectantes, a ver se aquela sombra que está agora a aparecer é de quem esperam. Toda a gente espera... pais que esperam pelos filhos,irmãos, rapazes que esperam por - presumo - namoradas...
Quem chega vem sempre a rir. Sim, o voo correu bem, há alguém de quem gostamos à nossa espera nas chegadas.
Descem a rampa mais devagar do que seria de esperar...prolongar o reencontro, ou melhor, os segundos antes de um abraço.
E depois há sempre abraços, há mil histórias para contar,enfim a chegada.
Este lado é muito mais feliz do que as partidas.Para quem não foi.

sexta-feira, junho 23, 2006

Mudança temporária para Campo de Ourique. Até já!

sábado, junho 17, 2006

Encontro com a Poesia


OS TEUS PÉS
Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

Pablo Neruda

sexta-feira, junho 16, 2006

Vento


Está vento, que bom! Não é que esteja a pensar voar, mas é bom ter vento de vez em quando. Enquanto ando, o vento passa-me pelos ouvidos, enche-os de som. Assim não tenho de ouvir os meus passos nem as pessoas que passam por mim, contentes no seu passeio à beira-mar, não tenho de ouvir os meus gritos dentro da minha cabeça. Com os ouvidos cheios de vento posso não pensar em nada. Posso pensar simplesmente que gosto de vento.
Escolhas. Porque será que faço sempre as erradas? Não, não quero pensar nisso. Passei a noite inteira acordada a tentar perceber porque é que as coisas se passaram assim, e não vale a pena.
Faz-me bem a caminhada de 45 minutos de volta a casa, à segurança do meu porto, e quando chego enfio-me numa banheira cheia até cima e deixo os ouvidos debaixo de água o tempo que for preciso, a ouvir cada célula. Consigo ouvir os músculos a relaxar na água quente, oiço cada fio de cabelo à superfície, e, acima de qualquer som, oiço-me respirar. É curioso ouvir o ar fazer o seu percurso pelos pulmões e de volta para fora, nunca nos ouvimos respirar, é uma boa maneira de me sentir viva. Sim, estou viva, apesar de tomar decisões estúpidas, o sangue corre-me nas veias e o ar nos pulmões. Ou talvez por isso mesmo.......................... Não quero saber.
Vento. Água.
Gosto de vento. Gosto de ouvir o vento na rua quando me deito e gosto mais ainda de ter vento a passar-me pelos ouvidos, gosto de ter o som do vento dentro da cabeça.
Refresca-me as ideias.

Diário de Bordo

Quero viajar. Apetece-me agarrar numa mochila, numas botas confortáveis e fazer-me à estrada. Estou ansiosa para sair deste país pequenino com o seu falso clima ameno, que me cria uma sensação de aperto e claustrofobia constantes. Não é anti-patriotismo. Apenas vontade de espaços abertos.
Quero entrar num comboio rumo a um qualquer destino, de cheiros e cores exóticos, línguas desconhecidas e pessoas de olhos quentes.
Ou talvez uma cosmopolita capital europeia, para ver pessoas pessoas pessoas, museus, deitar-me ao sol em jardins, o que for, não me interessa. Mas quero, quero muito. Quero atravessar de barco o Atlântico, a trabalhar, se for preciso, e conhecer a América do Sul, aventurar-me pelas selvas inexploradas, subir a Machu Picchu e ver o sol nascer no mar. Quero calor, chuva, neve, não interessa, mas Quero sair daqui.
Posso sempre parar, fazer contas, consultar o atlas mundial, ter calma e esperar pelo próximo ano para me inscrever para ERASMUS... sempre é um objectivo, claro, e quero mesmo fazer isso; quero perder medos, quero ser capaz de partir sem programa definido e não saber muito bem onde vou dormir na próxima noite (seria capaz?).
Claro que toda esta aventura seria uma busca de mim; é sempre, não é?
Acho que posso pegar em duas ou três peças de roupa, um monte de cadernos para escrever e livros para ler, posso encontrar o espaço que não me permito para me conhecer. Eu, que tenho a tal (pretensa) psicologia inata tão aplicável aos outros, nem sempre faço os juízos mais certos sobre mim.
Se vier a ter a coragem para me ir embora posso crescer muito mais do que parada neste Estoril minúsculo, onde a vida e as caras não passam do mesmo... não é que não goste da segurança, mas sinto mesmo a falta dos tais espaçoas abertos que ainda não conheço.
Próximo projecto de vida: erasmus. Para começar. É um bom ponto de partida!

[Obrigada B. pelas estórias de Leuven]

quinta-feira, junho 15, 2006

Never...

...allow someone to be your priority while allowing yourself to
be their option.
[Obrigada, M.]

terça-feira, junho 13, 2006

Queres ser o Meu Amor?
Eu prometo que vou ser a mulher perfeita!
Prometo que vou guardar, todos os dias, um sorriso para ti, mesmo nos meus dias mais cinzentos.
Prometo que vou sempre ter um ombro confortável à espera das tuas lágrimas – nunca derramadas por minha causa.
Vou amar-te loucamente todos os dias, mas vou sempre saber manter a calma que faz parte do mistério.
Prometo que cada dia comigo será sempre uma surpresa, um desafio, uma nova conquista.
Posso ser a tua melhor amiga, tratar de ti quando estiveres doente, rir e beber contigo quando estiveres feliz, deixar-te rir e beber com outros quando quiseres o teu espaço, dar-te o tempo que quiseres e precisares para ti, para os teus livros, para a tua música, para os teus amigos.
Quero aprender contigo a escolher o melhor vinho, o melhor disco, a hora perfeita para abrir a janela ao pôr-do-sol.
Quero mostrar-te os meus cantos preferidos, as minhas fotografias, as minhas flores, cozinhar para ti com paixão.
Queres ser o meu Amor?
Se não quiseres diz-me já, porque
o meu coração é enorme e transborda de tudo o que eu posso dar, e tem sede de tudo o que eu posso receber.
E não quero secar, não quero ficar presa a alguém que não poderá dar-me tudo o que acredito que mereço, nem receber o melhor de mim. Não quero e não posso...
Mas diz-me, porque se achares que o meu amor pode incendiar o teu, se acreditares que um dia vais ser capaz de tudo isto, então quero saber – porque nesse caso, eu espero por ti, porque o meu amor é tão grande e tão forte e tão teu, que posso mantê-lo comigo enquanto tu não o encontras.
E nesse tempo posso sempre ir enchendo de flores o meu coração e a minha casa, posso ir aprendendo a ouvir a tua música, posso ir cantando baixinho, aprendendo a acalmar o ritmo quando sei que vais chegar e quase que não consigo respirar com tantas pulsações.
Se quiseres eu espero por ti.
Se quiseres ser o meu Amor.

domingo, junho 11, 2006

Joaninha Voa, Voa

Penso em ti quase todos os dias. É incrível que, dois anos depois, continue a não ser verdade, todas as minha células se recusam a acreditar que te foste embora. Estive muito perto para poder distanciar-me e ver a cena de fora.
Foste cedo demais, nem nos deste a possibilidade de ver até onde podias chegar. Longe, muito. Tenho a certeza.
A tua imagem é uma dança constante, aos saltos por todos os lados, a rir a rir a rir. Talvez por isso nao aceite um fim. A verdade é que te sinto por perto muitas vezes, mas isso talvez seja a minha imaginação.. Boa viagem! Diverte-te, como sempre!

Até já, J.

sexta-feira, junho 09, 2006

Lisboa - Cascais


É um mundo independente, o comboio. Lá fora há o Sol, o Rio, a Ponte, a Marginal, mas aqui as coisas passam-se a um ritmo muito específico. Tic-tic. O revisor que se aproxima. Pequena quebra na monótona rotina de um comboio rápido. Lisboa hoje tem uma Luz inacreditável, e à medida que o comboio avança, ela vai-se transformando em azul. O fim do Tejo e o princípio do Mar. Há vento, mas não faz mal, eu gosto de vento. Se olharmos para as pessoas no comboio e pensarmos que dentro de cada uma delas há um mundo, uma vida, com alegrias e tristezas, dias bons e dias cheios de stress... isto faz-me sorrir. Vejo a Costa. Daqui é só uma língua de areia feliz, onde claramente há calor, do outro lado do Rio e por aí abaixo. Gosto da Costa, é um bom escape. Só ouvimos o barulho do comboio nos carris, e vai tão rápido, tão rápido que quase não consigo escrever.
Gosto muito deste comboio, se estiver bem disposta posso pensar neste caminho como um passeio. É um passeio de rotina, porque tenho de o fazer todos os dias, mas é um passeio bonito, e é sempre mais fácil pensarmos no lado bonito das coisas, mesmo que sejam rotineiras e tenham um fim chato. O Bugio. Adoro esta linha! Descobri há pouco tempo que adoro a cidade de Lisboa, encontrei uma Lisboa que me preenche. E estando tão longe, a uma hora de caminho da faculdade, é normal que pense que é uma chatice viver aqui... mas não é, porque durante essa hora, meia hora de comboio, com este Rio, este Céu, as pessoas com as suas vidas, e que às vezes até olham e sorriem..., a Ponte, a Costa e, simplesmente, o comboio, com o seu ritmo único, o seu pequeno mundo interior onde não há lugar para tanto verde e tanto azul, a não ser para quem olha pela janela.
24Maio2006

Passo em Frente

Parece que estaquei... tenho vivido parada no tempo, num tempo que não é o meu, ao qual nem sequer pertenço. Ando à procura de mim. Passo em Frente. Um pé atrás do outro, um Dia atrás do outro. Sou mais do que isso. Recuso-me a aceitar que possa ser apenas a soma contínua de dias e dias e dias. A minha vida é mais do que isso. É este o meu Passo. Aceito-me, aceito a minha vida e vou fazer dela o que eu quiser. Sei que posso, é o que eu quero. Este é o primeiro passo. Um, dois, três e... HOP!