sexta-feira, junho 16, 2006

Diário de Bordo

Quero viajar. Apetece-me agarrar numa mochila, numas botas confortáveis e fazer-me à estrada. Estou ansiosa para sair deste país pequenino com o seu falso clima ameno, que me cria uma sensação de aperto e claustrofobia constantes. Não é anti-patriotismo. Apenas vontade de espaços abertos.
Quero entrar num comboio rumo a um qualquer destino, de cheiros e cores exóticos, línguas desconhecidas e pessoas de olhos quentes.
Ou talvez uma cosmopolita capital europeia, para ver pessoas pessoas pessoas, museus, deitar-me ao sol em jardins, o que for, não me interessa. Mas quero, quero muito. Quero atravessar de barco o Atlântico, a trabalhar, se for preciso, e conhecer a América do Sul, aventurar-me pelas selvas inexploradas, subir a Machu Picchu e ver o sol nascer no mar. Quero calor, chuva, neve, não interessa, mas Quero sair daqui.
Posso sempre parar, fazer contas, consultar o atlas mundial, ter calma e esperar pelo próximo ano para me inscrever para ERASMUS... sempre é um objectivo, claro, e quero mesmo fazer isso; quero perder medos, quero ser capaz de partir sem programa definido e não saber muito bem onde vou dormir na próxima noite (seria capaz?).
Claro que toda esta aventura seria uma busca de mim; é sempre, não é?
Acho que posso pegar em duas ou três peças de roupa, um monte de cadernos para escrever e livros para ler, posso encontrar o espaço que não me permito para me conhecer. Eu, que tenho a tal (pretensa) psicologia inata tão aplicável aos outros, nem sempre faço os juízos mais certos sobre mim.
Se vier a ter a coragem para me ir embora posso crescer muito mais do que parada neste Estoril minúsculo, onde a vida e as caras não passam do mesmo... não é que não goste da segurança, mas sinto mesmo a falta dos tais espaçoas abertos que ainda não conheço.
Próximo projecto de vida: erasmus. Para começar. É um bom ponto de partida!

[Obrigada B. pelas estórias de Leuven]

3 comentários:

Bruno Noronha disse...

Este merece comment... Parece que as nossas conversas fazem algum efeito e parece que essa cabeca comeca a perceber qq coisinha sobre o que realmente pode dar prazer. A aventura, a adrenalina, o medo e a inseguranca sao coisas fenomenais... Optimas! Acredito que para baixo da terra levamos tudo aquilo que experimentamos e mais nada... Acredita que uma experiencia internacional te fara ver e aprender muita coisa. Seja onde, for, com quem for, como for... Logicamente, sem sexo e sem excessos de alcool, sem drogas e sem maluqice... Bem comportada e contida como so tu sabes ser, sempre com o ar reprovador a todos os excessos que eu possa ter. Eheheh... Diria que es a PiTia numero 2! Bem, vou dar um passeio por Dublin... Beijo grd!

s disse...

Apetece-me mandar-te um texto...

turbolenta disse...

A melhor coisa que um estudante universitário pode fazer é conhecer outro país e estudar lá.Só assim se apercebe da pequenez do nosso país e do nosso ensino.A minha filha não queria muito ir estudar em Paris.
Veio.Agora, desiludida,diz: Vou-me embora!!
Eeu..
Dou-lhe toda a razão!
Felicidades