Sabe, mãe, fico contente que voe comigo no sol velho de Setembro. Fico contente porque sinto que me leva de mão dada até à porta da minha liberdade, para se despedir de mim onde eu já vou ter de ser crescida. É difícil para mim. Para si, é difícil? Sabe, mãe, vai ser bom começar Paris ainda consigo, ser entregue por si ao meu próximo ano. Já me custa. Apesar da euforia, já me custa saber que durante muito tempo não vou ouvi-la a chegar a casa, mãe, nem acordar com a sua voz a tomar o pequeno-almoço na cozinha. Vai ter saudades minhas, mãe? Vai sentir falta dos meus Nãos-Sistemáticos e da secretária num caos? Da minha inexistência de abraços? Vai ter saudades minhas nos jantares de segunda-feira? Tenha, porque eu vou morrer de saudades suas, Mãe.
quinta-feira, junho 28, 2007
terça-feira, junho 26, 2007
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Estamos a crescer!
Lembram-se quando éramos iguais? Vestidas de igual? Umas mais contentes do que outras, mas iguais. Lembram-se que tínhamos um príncipe que nos salvava do que quer que fosse preciso, que nos levava para cima ao colo quando estávamos a dormir (e éramos cinco! Ele era mesmo forte!!)? Lembram-se que quase lutávamos para ver quem era a preferida, quem é que ficava no meio, quem é que ficava com a almofada melhor (a do príncipe, claro!)?
Acordávamos cedo no Verão e havia mil cores para ver naquela caixa, ficávamos coladas pelo calor, chega-te para lá que estás no meu espaço! tira os pés de cima de mim! essa almofada é minha!! E às vezes os grandes acordavam muito chateados porque se tinham deitado tarde e nós tínhamos feito barulho! E quando havia crocodilos no mar? Tínhamos de saltar de ilha em ilha sem sermos apanhadas (mas se alguma fosse apanhada, estavam lá as outras para salvar). Lembram-se? Não te armes em grande! Não és minha mãe!!! E as viagens? Umas que achavam que tinham direito a lugares marcados só porque "enjoavam"... uns quilómetros depois já dormíamos na parte de trás, fazíamos autênticas cabanas, mas giro mesmo era quando a mãe também fazia cabanas connosco para dormir lá atrás! E uma crescida, mas uma de nós, ia à frente com o pai (Eu!! Eu!!). O cheiro da chegada ao Algarve, sempre à noite (porque nunca saímos de casa antes do almoço, como se pretendia, mas lá para as seis da tarde). E os primos. E as férias em Sintra, cabanas diferentes todos os dias, e jantares de domingo, e mais primos, e não queremos ir para a praia porque as ondas são muito grandes e está frio! Ficamos aqui para subir ao Castelo dos Mouros, apanhar maçãs, pedir boleia de mota ao Avô, ir encher a barriga de travesseiros se já fossemos das crescidas. Lembram-se de nós assim? Eu não me lembro de sermos três, mas lembro-me quando chegou a Quinta, era muito encarnada.
E agora já somos grandes. Umas de nós saem de casa, saem até de Portugal. Outras geram crianças, logo todas ganham um novo estatuto social. Umas preparam-se para ser a base de milhões de pequenos infantes, e outras treinam o seu sorriso de estrelas.
Estamos crescidas, mas estamos iguais. E continuamos iguais umas às outras. E adoramo-nos e suportamo-nos quando é preciso, e mesmo quando uma está mais longe, somos todas. E divertimo-nos tanto, não acham? Mesmo quando abusamos das coisas umas das outras ou uma está mais em baixo ou mais mal disposta. Vocês são as minhas pessoas preferidas, são todas as minhas sisters-best-friends (sim, até tu!).
E somos o orgulho de um príncipe que agora passou o rio, mas que continua aqui em nós todas. E tenho o maior orgulho de sempre em vocês e em nós todas.
Nem todas temos uma cicatriz abdominal em comum, mas é como se tivéssemos.
Lembram-se quando éramos iguais? Vestidas de igual? Umas mais contentes do que outras, mas iguais. Lembram-se que tínhamos um príncipe que nos salvava do que quer que fosse preciso, que nos levava para cima ao colo quando estávamos a dormir (e éramos cinco! Ele era mesmo forte!!)? Lembram-se que quase lutávamos para ver quem era a preferida, quem é que ficava no meio, quem é que ficava com a almofada melhor (a do príncipe, claro!)?
Acordávamos cedo no Verão e havia mil cores para ver naquela caixa, ficávamos coladas pelo calor, chega-te para lá que estás no meu espaço! tira os pés de cima de mim! essa almofada é minha!! E às vezes os grandes acordavam muito chateados porque se tinham deitado tarde e nós tínhamos feito barulho! E quando havia crocodilos no mar? Tínhamos de saltar de ilha em ilha sem sermos apanhadas (mas se alguma fosse apanhada, estavam lá as outras para salvar). Lembram-se? Não te armes em grande! Não és minha mãe!!! E as viagens? Umas que achavam que tinham direito a lugares marcados só porque "enjoavam"... uns quilómetros depois já dormíamos na parte de trás, fazíamos autênticas cabanas, mas giro mesmo era quando a mãe também fazia cabanas connosco para dormir lá atrás! E uma crescida, mas uma de nós, ia à frente com o pai (Eu!! Eu!!). O cheiro da chegada ao Algarve, sempre à noite (porque nunca saímos de casa antes do almoço, como se pretendia, mas lá para as seis da tarde). E os primos. E as férias em Sintra, cabanas diferentes todos os dias, e jantares de domingo, e mais primos, e não queremos ir para a praia porque as ondas são muito grandes e está frio! Ficamos aqui para subir ao Castelo dos Mouros, apanhar maçãs, pedir boleia de mota ao Avô, ir encher a barriga de travesseiros se já fossemos das crescidas. Lembram-se de nós assim? Eu não me lembro de sermos três, mas lembro-me quando chegou a Quinta, era muito encarnada.
E agora já somos grandes. Umas de nós saem de casa, saem até de Portugal. Outras geram crianças, logo todas ganham um novo estatuto social. Umas preparam-se para ser a base de milhões de pequenos infantes, e outras treinam o seu sorriso de estrelas.
Estamos crescidas, mas estamos iguais. E continuamos iguais umas às outras. E adoramo-nos e suportamo-nos quando é preciso, e mesmo quando uma está mais longe, somos todas. E divertimo-nos tanto, não acham? Mesmo quando abusamos das coisas umas das outras ou uma está mais em baixo ou mais mal disposta. Vocês são as minhas pessoas preferidas, são todas as minhas sisters-best-friends (sim, até tu!).
E somos o orgulho de um príncipe que agora passou o rio, mas que continua aqui em nós todas. E tenho o maior orgulho de sempre em vocês e em nós todas.
Nem todas temos uma cicatriz abdominal em comum, mas é como se tivéssemos.
segunda-feira, junho 25, 2007
Vi há pouco tempo o anúncio do leite Matinal e fiquei contente. A marca trocou o antigo slogan (toda agente se lembra do fatídico "se eu não gostar de mim, quem gostará?") pela mensagem inversa: Se eu gostar de mim, quem não gostará? Fiquei feliz com esta mudança (de atitude, principalmente!): passaram de uma mensagem derrotista e desesperada para uma muito mais motivacional.
De facto, o antigo slogan promovia uma ideia de solidão emocional, do género ao-menos-posso-contar-comigo-já-que-não-posso-contar-com-mais-ninguém. Erro crasso!
Acredito realmente nesta máxima de que o Amor próprio gera o Amor do próximo.
Sim, faz sentido aprendermos a contar com nós próprios, lidar com a solidão e gostarmos da nossa companhia.Isso traz auto-estima.
Não, não faz sentido ficar por aí. É importante sabermos ver que o gostarmos de nós torna-nos pessoas mais interessantes, ficamos mais bonitos, e como estamos bem, há a tendência para as pessoas se aproximarem. E gostarem também de nós (efeito camaleão?.... Sim, no seu melhor). A minha ideia é esta: se estou confiante (sem ser arrogantemente insuportável), a pessoa que está à minha frente vai querer perceber o porquê disso, e interessa-se. Será? Não sei, talvez esta seja a resposta mais óbvia. Merece reflexão.
Estou mesmo contente com esta mudança na estratégia da Matinal; eu nem gosto de leite, mas por causa deste pormenor, fidelizo-me à marca.
Acho que já chega de dizer ao público: você é uma merda, precisa de nós para ficar assim (linda de morrer, six-pack definido, inteligente, popular, rico, etc, etc, etc, etc).
A minha mãe, com as suas mil teorias, viveu 22 anos a tentar incutir-me esta mentalidade, e eu acredito nela; gosto de saber que esta mensagem passa para todos os portugueses com acesso à televisão nacional.
Gostem de vocês!
Boas férias!
quinta-feira, junho 14, 2007
quarta-feira, junho 13, 2007
Racionalizando
Não gosto de olhar para mim e ver que tive a imaturidade de confundir a luz artificial de uma lâmpada de 60w pela luz quente e reconfortante de um sol de manhã. Não gosto que uma poça de água parada desde sempre me tenha enganado e fingido que era o mar. Não aceito a minha vida assim, não me aceito. Sou tão maior que isso, sou inteligente o suficiente para desligar o interruptor, porque a lâmpada já se fundiu. Não preciso disso; posso abrir as cortinas, simplesmente, e deixar o sol aquecer a minha sala e o meu coração. Tenho flores em mim para sempre que eu quiser vê-las (R), tenho um abraço grande que abarca tudo o que quero amar na vida. Eu incluída.
quinta-feira, junho 07, 2007
CLICHÉ [II]
- A melody is like seeing someone for the first time. The physical attraction. Sex.
- I so get that.
- But then, as you get to know the person, that's the lyrics. Their story. Who they are underneath. It's the combination of the two that makes it magic.
Inacreditável como se segue um padrão: Sou a típica que gosta da musica pela Musica. Nem nunca percebo lá muito bem o que diz a letra. Falha semântica? Falha humana? Falha minha? ou gosto só de dançar e tento não poetizar demais a vida? Que falta de sentido, desnexo em mim.
É isto que me está a faltar? É aqui que eu estou a falhar? Ou espero só que alguém tenha a coragem de me mostrar The lyrics? Espero ou Procuro? Ou Descubro?
domingo, junho 03, 2007
Futura Morada
É aqui que, a partir de Setembro, me podem encontrar - Rue du Boccador, Paris. Não faço ideia de qual destas janelas maravilhosas em águas furtadas será o meu estúdio, mas já dá para imaginar! Mais que nunca, estou ansiosa para começar a fase parisiense que me espera! Vai ser um estrondo (que excitamento!!!!!!!!!).
sábado, junho 02, 2007
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