terça-feira, outubro 16, 2007

Maison de Portugal

Depois de chegar a uma certeza e de uma noite sem conseguir dormir sobre essa certeza vem sempre um dia difícil. E se esse dia acabar por derrubar essa certeza, posso esperar por uma noite impossível. Acabo de descobrir o que procurava em Paris. Mas não em mim e não na minha vida. Viver no 8éme nao é um estrondo, como eu pensava. Acabei de descobrir o que é Erasmus, mas não o meu erasmus. E acabei de descobrir que tudo o que escrevi aqui antes não passou de ilusão: a janela de oportunidades que se abriu em Maio acabou por ser a mais castradora das experiências. E quase desisti de tudo sem saber o que era tudo. E agora voltei à incerteza.
Já sei que quero viver em Paris mas não sozinha em Paris, mas não sei como vou fazer para conseguir isso. Já sei que preciso de um trabalho, mas este não me serve, quero outro. E o mestrado é secundário, há muito mais para viver aqui, e a falta de 18 créditos não passa de um pormenor. Mais um ano? O que é isso, comparado com 3 meses aqui? E descobri tudo isto em 50 minutos numa maison de portugal na cité universitaire, com não sei quantos portugueses que vieram cá fazer o mesmo que eu, mas que encontraram uma vida muito diferente da que eu tive. Tenho de ficar. Tenho de encontrar o meu lugar em Paris, afinal o que eu imaginei existe e não é assim tão inalcançável. Um esforço, não me parece que seja muito mais do que isso. Tenho de me encontrar, tenho de perceber o que quero (ou antes: tenho de perceber como chegar ao que quero). Obrigada J. Paris por outros olhos.

7 comentários:

Vida disse...

que bom, que bom, que bom! Eu sabia...... ;)*

Anónimo disse...

hola passo em frente não fiques desanimada tudo se resolve com o tempo. Eu estive a fazer um ano de Erasmus em Paris e não havia quase portugueses em meu redor, resultado fiz muitos amigos e quando parti quis regressar mas era tarde, a escolha da partida estava feita e tive de acartar com ela. Paris descobre-se aos poucos e quando começares a descobrir os sitios que mais te fascinam, as pessoas, enfim, os pequenos pormenores, vais sentir-te em casa e amar isso com todo o teu corpo e espirito.
De inicio também me arrependi do facto mas passado um mês comecei a descobrir-me mais e sobre os outros. Não devia ter voltado mas voltei e nunca mais terei Paris, por isso agarra-o com as tuas unhas e dentes e desejo-te sorte.
Espero ter ajudado nas tuas dúvidas.

tin tin disse...

:).. i'm so proud! Miss you

Unknown disse...

Um passo de cada vez. Erasmus é um sonho que não se repete! Aproveita cada dia. A felicidade é tua por descobrires que são as pessoas que fazem os lugares e não o contrário.
Força!
Vai correr bem, muito, muito bem!

Anónimo disse...

Descobri este teu blog ao acaso.. tudo pk me encontrava a pesquisar sobre erasmus... Prentendo fzr, n um ano mas seis meses, no 2º semestre do 3º ano (fevereiro de 2009). Confesso que me deixas-te com algumas duvidas,mas o "ex.erasmus" fez-me ver que akilo tem um lado mt bom, mas k nem smp é facil... N conheço ninguem k tenha feito erasmus,mas gostava imenso, pois ha mts duvidas k tenho...


Boa sorte por ai =)

Tete

Anónimo disse...

Olá Vera.
Entrei no teu blog por acaso, enquanto procurava no google por "maison de portugal".
Tive a ler os teus posts e até me arrepiei por teres conseguido reduzir a escrito de forma tão fiel aquilo que, há um ano, eu próprio havia sentido.
Podia fazer aqui um comentário de várias páginas a relatar-te como me senti precisamente como tu, quase nas mesmas alturas que tu, como tive dificuldades e as superei, como acabei por adorar o meu erasmus... Mas não o vou fazer.
Aquilo que vou fazer é deixar-te um conselho: Vai à cité, bate de porta em porta em todas as maisons, diz que não tens onde ficar, que precisas mesmo de uma casa, etc. Com sorte encontras algum português a trabalhar na recepção de uma maison que te estende a mão... Foi assim que, depois de ter chegado a Paris sem sítio para morar, e de um mês a morar entre o pigalle e villejuif consegui casa na cité, primeiro na fondation avicenne e depois na maison de portugal. Não sendo essencial teres lá casa, ajuda muito a sentires-te integrada.
Nunca desistas do erasmus. Por muito que às vezes te apeteça, quando tudo acabar, vais desejar que tudo pudesse começar novamente.
Diverte-te muito e aproveita Paris, uma das melhores cidades do mundo!

J.MARTINS disse...

Nem sei o que escrever... Não consigo escrever, tou arrepiado e tremem-me os dedos...