quinta-feira, junho 25, 2009
O Tempo
Hoje recebi notícias que me deixaram a explodir de contente. Não são minhas, mas são uma alegria, indiscutivelmente.
E depois disso fiquei a pensar nas coisas em que já andava a pensar mas não sabia. Só chamei a minha própria atenção para o facto de já estar a pensar nisso. Sempre, pois.
Porque o que penso todos os dias e digo todos os dias (hoje disse duas vezes a duas pessoas diferentes) é que a minha vida é um espectáculo! Mesmo! A minha vida, os meus dias, a minha casa, o meu trabalho que adoro, o meu curso, de que gosto ainda mais, e tudo o que vejo que está a vir ter comigo agora. Que, na verdade, não vejo, porque se olhar conscientemente para os tempos daqui a uns tempos, não há nada de definido a acontecer, não que nada esteja a acontecer nesse tempo, mas nada que eu possa prever.
Está tudo a acontecer mas tudo para acontecer, e isso é ainda mais maravilhoso, mas muito muito mais assustador, porque se um dia acordo e não me parece ter assim tanto para agradecer (e é inegável que esses dias existem), vou agarrar-me é ao "não posso prever", ao "não tenho nada definido" e ao "e agora?".
É essa a minha principal luta, e a minha força está em ganhar a esses dias.
Notícias como a de hoje dão-me a certeza de que estou realmente a fazer o meu caminho - no sentido de construir o meu caminho - e de que esse caminho é tão bom como este Agora em que estou tão deslumbrada.
Há uma parte de mim que é minúscula, ainda, que abraça todo este encantamento, talvez seja essa parte mais ou menos nova que me tira o outro medo, porque nada mete mais medo do que uma parte minúscula que abraça a vida inteira. E, caramba, tem uma capacidade de multiplicação que pode tornar-se incontrolável, mas que maravilha! E que medo. Enfim (possivelmente, foi só por causa desta parte minúscula que vim aqui escrever isto, acho que me apetecia escrever sobre ela mas não sabia como começar).
Ah, ia-me esquecendo: a minha vida é um espectáculo!
quarta-feira, junho 17, 2009
domingo, junho 14, 2009
sábado, junho 06, 2009
O Bernardo e o Martim
O Bernardo e o Martim iam inventando brincadeiras enquanto a Mãe esperava na fila do supermercado, porque era Sábado e estava imensa gente. A Mãe respondia às perguntas deles com a descontracção de uma mãe de dois filhos, quase três. As pessoas à volta não conseguiam deixar de olhar e ouvir as perguntas daquele miúdo de cinco anos: Oh Mãe, sabe quantas ovelhas são precisas para fazer mil camisolas? Mil! E a Mãe: A sério, Bernardo? Uma ovelha para cada camisola? E o Bernardo hesitava um bocadinho, mas acreditava que a Mãe tinha razão - porque tinha sempre. O outro miúdo, o Martim, olhava distraidamente para as prateleiras cheias de cores mesmo ao pé das caixas do supermercado, mas nem refilava ao primeiro Não! da Mãe. Era muito mais independente do que o irmão mais velho, não fazia tantas perguntas e nem lhe ligava grande coisa. Tinha quase três anos, cabelo cor de palha grosso e óculos. Sempre que o Bernardo se chegava muito para cima dele, devia ser de propósito, dizia: Não me empuuurreees!!! E continuava a brincar sozinho, a falar sozinho, a interpretar todas as personagens das histórias que inventava. Cantava músicas e baloiçava-se nos ferros da caixa, com a Mãe a ver e o irmão a querer fazer o mesmo. - Não me empuuurreees!!! O Bernardo e o Martim não eram parecidos mas estavam vestidos de igual, e tinham dois anos de diferença. E a Mãe ia ter mais um bebé, se calhar uma rapariga, depois temos de ajudar a Mãe e não fazer barulho quando o bebé nascer, senão a Mãe fica cansada e quando fica cansada a Mãe zanga-se.
O Bernardo e o Martim deixaram uma série de senhoras nas caixas do supermercado cheias de vontade de ter filhos.
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