sábado, janeiro 19, 2008

Hoje, só hoje

Foi hoje. Aconteceu hoje, sem eu poder controlar, sem sequer perceber que ia chegar, foi hoje. Foi a ler. Foi a lembrar-me do muito que não vivi por lá, nessa terra de gentes frias e magras, homens e mulheres da mesma altura, de rio em todo o lado, e pontes mil. Foi a pensar que um mês e meio não é viver em lado nenhum, que por muito que tenha querido convencer-me, não pertenci àquelas ruas, não fui um deles, porque sozinha não fui ninguém e nao fui a lado nenhum. Foi a lembrar-me que desde lá, desde que voltei de lá, não havia, e fazia-me falta. Uma parte do que sou agora é exactamente isto, ou a ausência. A falta de alguma coisa pode só ser notada quando ela volta? Foi hoje, mas não posso dizer que tenha voltado. Apareceu, só, por um bocadinho, só, mas foi-se embora outra vez, e enquanto escrevo isto, talvez já não faça sentido escrever, porque já não é. Já não é.

1 comentário:

J.MARTINS disse...

A falta de alguma coisa pode nunca ser notada. É bom quando a notamos. É sinal que mesmo sem percebermos entrou em nós e alimentou-nos. Mesmo que seja só por breves segundos...
Grande beijoca, até dia 26!! Tá Quase...