Quatro horas depois levanta-se e suspende a sessão. Passa pelas portas de vidro e digita o código. Dentro da sala com o ar condicionado ligado não se percebia que o dia estava tão quente e nem apetece fumar. O flash do sol nos olhos fá-la hesitar e arrepende-se de não ter trazido os óculos, mas enfim, chegou a Primavera e isso não é razão para se queixar; olha para a esquerda e para a direita e não vê nada, mas sabe que há o que ver. O rapaz está sentado na rua, cabelo molhado curto, uma camisa de verão com pingos nas costas. A imagem é fresca. Sete minutos a pé e encontram uma relva muito verde, mais verde que a camisa de verão pingada e miudinhos a fazer corridas e cambalhotas. Homens e mulheres de passagem, máquinas fotográficas disparam não se percebe bem para onde. Mas a sombra vai chegando, os minutos vão passando, e no meio de gargalhadas e dentadas la fica decidido que é tempo de ir, a sombra está muito escura porque a cabeça estava ao sol. E depois o caminho de volta, saber que faltam mais quatro horas sem sol, só o ar condicionado, mas os dias estão mais compridos, ainda há sol ao fim das quatro horas. E dores de cabeça o resto da tarde, porque o sol faz isso. E a pele arde porque a relva pica. E passa um bichinho no meio dos contratos. Mas havia sol. E mais, muito mais.
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