sexta-feira, agosto 08, 2008

In a Greek mood

I've heard what you said. I've heard it and learned it. You talk about love. Love is general, you say. You love every single person and thing the same way. Love is above us, right? Then how do you differenciate between that woman you love and that one over there you're seeing for the first time? How is that love different!!? It isn't. The Love is the same, I love them the same exact way! Sorry, I don't understand... Why do you want to be with this one, why would you care about her? What made you cry when she left?? You see, love is general, but it's not the only thing. I found someone with whom I communicate, someone I respect and and I trust. Those are the three bases for a relationship.






This is why I'm so happy for her!

sexta-feira, julho 04, 2008

Preciso de escrever, preciso desesperadamente de escrever, mas estou demasiado..... normal. Normal não é bom, desenganem-se. Normal é normal, e normal é ausência de bem e de mal - apesar de conter mal - e ausência é vazio. E eu em vazio não funciona, desculpem lá. Normal, acima de tudo, não é bom. Porque se a minha vida está Integrada, isso não quer dizer que esta separação dos campos diferentes - uns bons, outros péssimos e outros normais - seja necessariamente boa ou preenchente. Foi muito rápido que isto se passou, e passar tão depressa ao normal não é algo a que esteja habituada ou para que esteja preparada. Contava com mais uns dias de miséria para poder engrenar num normal que fosse bom. E se significar simplesmente que nada significa? Não é nisto que eu acredito, como é obvio, as manhãs não são fáceis, mas depois há horas do dia e guiões a seguir que tornam o resto do dia normal. Não estou formatada, isso não existe em mim, mas se não seguir os guiões depois não sei se posso ou não apurar. Há mais, muito mais, que eu queria apurar, não só em mim ou a mim, mas a algo maior e mais fora do resto do que alguma vez esperei. Não é a mim mesma que considero especial, mas à minha capacidade de julgamento e entrega, só não percebo porque é que não pode ser partilhada. Entrega não partilhada? Que falta de sentido, claro, só podia ser assim. Estou calma e equilibrada, mas isso é só porque estou normal. Não julgo, porque sei que não é só a mim que afecta esta normalidade estúpida. Só acho é que isso também é partilhável e contorna-se facilmente, só é preciso entrega. Entrega. Palavra horrorosa, até porque não existe e não significa nada que seja real. Chega de voltas e voltas à volta de um assunto que está mais do que falado e enterrado em equilibrio normal que eu não quero e não gosto. Alguma coisa há-de acontecer e abanar esta languidez que eu detesto e não conheço e não quero para mim. Não sou a única a não querer, isso é mais que claro, finalmente alguma coisa que faz sentido. Faz sentido e isso ajuda, já não é mau. É simples e passa depressa, mais depressa do que se esperava ou do que queria. Não faz mal, é normal.

segunda-feira, junho 16, 2008

Teoria da Vida Real ou De Como Facilmente Se Consegue Transformar o Estudo Para Um Exame Em Qualquer Coisa Que Não Chateie, Antes Pelo Contrário

As the term is used here, Happiness is an overall evaluation that exhibits some measure of stability over time, though it is strongly influenced by environmental events and responsive to therapeutic events. Taken together, it is generally accepted that happiness refers to a subjective and global judgment that one is experiencing a good deal of positive emotion and relatively little negative emotion.


In
Cropanzano, R., & Wright, T. A. (2001). When a “happy” worker is really a “productive” worker: A review and further refinements of the happy – productive worker thesis. Consulting Psychology Journal, 53, 182-199.

terça-feira, maio 27, 2008

Tim and Pamela were the beautiful polish children of a polish musician, called Sebastian. The day they flew towards Birmingham was the first day their father cried. Since then, no piano plays in the city of Gdansk. Tim wanted to be a doctor, but he became a civil engeneer. Pamela always dreamt of being a student, today, ten years later she is.
When they were ten years old they used to climb a huge tree, an oak, where they once found a little bird nest. Three small round eggs were there, and Pamela screamed in the exact second they fell from the tree. Tim remained silent. After that, distance.
On the top of the hill, between an old pagan castle and a romantic two-colored palace these polish adults decide for themselves never to be apart again.

sábado, maio 24, 2008

Music Box

Não sou a pessoa certa para criticar música. Já houve quem tentasse incutir-me alguma coisa mas parece que fica sempre pelo caminho. Mas sei falar sobre pessoas, sei falar sobre movimentos e sei falar sobre sensações. Chega de sentimentos, por hoje são mesmo sensações.
Sexta à noite para quem mudou tanta coisa em tão pouco tempo pode ser um problema. Mas deixa de ser um problema quando uma mana (entre aspas, mas eu odeio aspas), convida para programas que não há com outra gente. Music Box às 23h30, com dois açorianos cerrados para ouvir Phoebe Killdeer - para quem não sabe, é uma das vocalistas dos Nouvelle Vague. Estava com uma certa graça, aquele ambiente, uma mistura grande de gentes e géneros, não é isso que a boa música promove? Durante cerca de uma hora e meia uma pequena mulher de franja e olhos esbugalhados deixou uma pequena multidão em êxtase. Não só ela, mas também três homens altos, franceses, cada um escondido atrás de um instrumento - de mencionar o baixista, cabelo inacreditável, calças de cabedal inacreditáveis e camisa de brilhantes inacreditável, em inacreditáveis saltos e maravilhas acústicas. Não, de facto não sei avaliar música suficientemente bem para me atrever a fazê-lo publicamente, mas sei explicar que as endorfinas que me correm agora por aqui são filhas dessa música, de uma libertação de articulações e constrangimentos, da energia viva. E gostei disso, gostei dos movimentos livres dela, gostei da música, claro, gostei da atitude de Diva Can I have the lights off, please? All the light! Thank you. Gostei de um pequeno Thunder-maker e de vários instrumentos desconhecidos, gostei do cabelo dela e gostava de ser como ela. Também gostei que dois gins me tenham ajudado a conversar em francês com o baixista e com o baterista-homem-dos-meus-sonhos-francês.

THANK GOD

A cretinice pega-se.
A inteligência também.

sábado, maio 10, 2008

É nesta estrada que me encontras, sabes disso e tomas rumos diferentes. Afastas o teu caminho do meu, não te censuro. Aceitar. Não é fácil, mas aprendo a aceitar. Aceito os dias de chuva como aceito que o dia tem 24 horas, menos do que as que preciso. Aceito que não somos iguais, tu não és eu e eu não sou forte como tu. Ou não sou como tu, simplesmente. Aceito que o amor não é fácil, de dar nem de receber e, menos ainda, de aceitar que não exista. Sou o que fazem de mim as tuas distâncias, os teus regressos intensos e, já sei, não tão sentidos como gostaria. Sou a espera por esse teu cheiro que fica semanas depois de ires, partículas da tua pele que não saem da minha - e eu não quero. Vais e voltas, voltas sempre. Mas nunca sei quando ou por quanto tempo ou porquê. Nunca sei por que voltas, uma tão presente ausência tem botão on-off? Eu não tenho. Não me esqueço de ti e não me esqueço de nós, apesar de tentar. Não sei o que é Nós, sei que é absurdo pensar assim, não me percebes mas achas que sim. Não, não percebes. Não fazes uma ideia do que é ser eu, não sabes o que sinto nem porquê, e se tento explicar, tens mil e uma coisas a dizer sobre isso. Não consigo relaxar. Não me chega um banho de imersão a escaldar com vinho tinto e um cigarro - não estás, por isso não conta. É nos meus livros que te procuro - e chego a encontrar. É nas folhas dos passeios e na chuva em telhado de vidro que me diz que este sol não é quente e este dia não acaba assim tão facilmente. Porque são horas que se arrastam numa caixa de fósforos e beatas no cinzeiro, o chão de madeira a estalar ao fim do dia e a cadela que se espreguiça na relva. Não te procuro mas não sei dizer-te que não. Tens esse estranho poder sobre mim, e cada vez que penso que para a próxima vez não vou ceder, chegas devagarinho, em bicos dos pés para não me acordares e enroscas-te em mim, tiras-me o cabelo da cara e respiras, respiras sempre, acordas-me de propósito com o ar que te enche os pulmões e volta para a almofada. E se acordo e me sabe bem ter-te, sei que já não descanso porque não deixo de pensar que agora estás mas és volátil, vais embora antes que tenha tempo de esticar os músculos e abraçar-te. Às vezes penso se serás real, se não és só um qualquer trick of the mind, mais uma das personagens da minha imaginação incansável. Vais dando notícias na distância, é isso que te liga à realidade, só assim sei que existes mesmo quando não existes comigo. Love me or leave me.

quinta-feira, maio 08, 2008

Insónia

Era uma vez uma miúda. Essa miúda vivia dos Sonhos. Acreditava no poder dos Sonhos. Mas não daqueles sonhos de quando se está a dormir. Nesses não acreditava, até porque não dormia muito bem. Acreditava que os Sonhos se tornavam realidade. Tinha uma imaginação fácil, esta miúda. Tinha ideias para ser feliz, todos os dias encontrava um novo caminho, mas não há caminhos sem pedras, e parecia que a miúda não sabia levantar os pés. E desanimava. Dava pontapés nas pedras e claro que elas não se mexiam. Só a magoavam. Esta miúda acreditava nas pessoas. Amava profundamente a raça humana e sentia-se no direito de ser amada. Havia dias em que olhava à volta e aquelas pessoas que tanto amava eram pedras distantes. Os Sonhos eram pedras. As pessoas eram pedras. Até que um dia esta miúda, que tanto sonhava, tanto acreditava, tanto amava, sentiu um CRACK lá dentro. Qualquer coisa se partia. Ou não. Qualquer coisa solidificava. Olhou para as mãos e elas ganhavam um peso e uma textura estranhos, ela não conseguia levantar os braços com o peso, qualquer coisa os puxava para baixo. Quis fugir. Levantou um pé para começar a correr. Não conseguiu. Sentiu uma onda de frio subir por si acima, um frio entre a pele e os ossos, e o som de qualquer coisa a estalar. Sentiu os músculos a endurecer, o cabelo a perder o movimento. Até que deixou de sentir. Era uma pedra-miúda, que um dia tinha sonhado e acreditado e amado. Era uma pedra.

sexta-feira, maio 02, 2008

terça-feira, abril 22, 2008

Sábado à tarde

Gigante de pedras. Jardim. Casa na árvore. Fruta. Baloiço. Infância. Família. Fins de tarde. Chá com scones. Hotel. Estrada. Parque. Praia. Medos. Escuro. Medos de escuro e de monstros. Comando. Cães. Santo António. Pés-de-gato. Dia de anos. Escadinhas. Convento. Pôr-do-sol. Luzinhas à noite. Atelier. Fins-de-semana. Duche frio. Água. Mina. Fontes. Herança. Cerveja. Mangueira no jardim com cinco anos. Saibreira. Mesa de jantar. Verde. Azul. Rochas. Musgo. Dióspiros. Caseiro. Humidade. Lareira. Revistas. Amigos. Todos. Noites. Envolvimento. Teatro. Oeste. Atlântico. Ondas. Frio. Sol. Cadeiras de jardim. Poetas. Dramaturgos. Romântico. Artista. José Maria. Seculo XIX. Amor e tragédia. Inverno no Verão.

segunda-feira, abril 21, 2008

Vem...

...Dançar comigo à chuva, enquanto as mariposas voam.

sexta-feira, abril 04, 2008

Sexta-Feira

Pensas demais. Não estás a viver a tua vida, estás a pensá-la. Racionalizas cada passo que dás, qual é a espontaneidade? Pensas demais. Qual é o mal se é pouco intenso? Qual é o mal se não tens tempo? Constróis uma estrada que não sabes se é a tua e sentes que, pedra sobre pedra, és só tu que a percorres. A estrada é tua. A vida é tua. Quem queres contigo? Estás a pensar sobre isso? Pensas demais. A culpa é tua se acordas às 5h30 sem sono. A culpa é tua, porque não te impedes de pensar e repara como pensas sempre a pior perspectiva. As coisas correm bem, és tu quem vive o momento certo, só não encontraste ainda quem constrói estradas paralelas à tua. Eles existem e olham para ti com a condescendência de quem sabe o que pensas, conhecem essa cara que fazes a uma hora certa da manhã e sabem que há um momento em que, sem sentires que acomodaste, esta vida te faz feliz. O teu problema é que, enquanto não se dá a transformação, vais continuar a pensar e pensar e pensar e nunca vais conseguir ver esse assentar como uma não-acomodação. E terás de mudar. Sabes isso, não sabes? Mas estás tão ancorada a um mundo - farás realmente parte dele? - de adaptação fácil e redes que te prendem irresistivelmente, porque preferes, não tu especificamente mas essa raça que conheces, um dia atrás do outro, um arrastar biográfico sem grande esforço, de dias que correm como gotas de água presas num fio. Lembras-te? Também a esse mundo foste incapaz de uma entrega, vê o teu próprio desconforto numa cadeira, já não tinhas posição. Lembras-te? Mudas a cada esquina e o que queres é tanto e tudo, que não andas em frente, a tua vida é uma sucessão de curva-contra-curvas. Qual é o problema!? É que o teu tempo é o mesmo de toda a gente, mas demoras muito mais a chegar a algum lado.
E o esforço é muito maior.

quarta-feira, abril 02, 2008

Quarta-Feira

Quatro horas depois levanta-se e suspende a sessão. Passa pelas portas de vidro e digita o código. Dentro da sala com o ar condicionado ligado não se percebia que o dia estava tão quente e nem apetece fumar. O flash do sol nos olhos fá-la hesitar e arrepende-se de não ter trazido os óculos, mas enfim, chegou a Primavera e isso não é razão para se queixar; olha para a esquerda e para a direita e não vê nada, mas sabe que há o que ver. O rapaz está sentado na rua, cabelo molhado curto, uma camisa de verão com pingos nas costas. A imagem é fresca. Sete minutos a pé e encontram uma relva muito verde, mais verde que a camisa de verão pingada e miudinhos a fazer corridas e cambalhotas. Homens e mulheres de passagem, máquinas fotográficas disparam não se percebe bem para onde. Mas a sombra vai chegando, os minutos vão passando, e no meio de gargalhadas e dentadas la fica decidido que é tempo de ir, a sombra está muito escura porque a cabeça estava ao sol. E depois o caminho de volta, saber que faltam mais quatro horas sem sol, só o ar condicionado, mas os dias estão mais compridos, ainda há sol ao fim das quatro horas. E dores de cabeça o resto da tarde, porque o sol faz isso. E a pele arde porque a relva pica. E passa um bichinho no meio dos contratos. Mas havia sol. E mais, muito mais.

sábado, março 15, 2008

Brunch for One

- Dois ovos
- Algumas fatias de queijo
- Três fatias grossas de fiambre
- Meio tomate
- Azeite aromatizado com alho
- Sal grosso
- Uma manga
- Um litro de água
- Folhas de Chá Verde




Bate-se os ovos com uma pitada de sal fino e reserva-se. Passa-se cada uma das fatias de fiambre pela frigideira escaldada, não mais que dez segundos cada. Corta-se o tomate em fatias finíssimas, tempera-se com sal grosso e azeite. Lava-se bem a manga e corta-se metade, mesmo com casca. Deita-se os ovos numa frigideira, sem mexer, junta-se as fatias de queijo no meio e dobra-se a dois terços. Ferve-se a água e junta-se as folhas de chá verde, deixa-se repousar durante cinco minutos.
Sugestão: se tiver cogumelos frescos, pode salteá-los com manteiga e servir em torradas muito fininhas.

Serve-se com o jornal da manhã, na varanda, depois de uma caminhada de 45 minutos em passo rápido. Café opcional.


Bom fim de semana.

sexta-feira, março 14, 2008

Hoje foi um bom dia para

Acordar às 7h.
Andar de comboio com o sol a nascer.
Vestir uma saia.
Ter dois dias acumulados de e-mails para ver.
Almoçar na sala fresca.
Rir às gargalhadas.
Saber que não sou a única contente com o meu trabalho.
Sentir o Amor da G.
Descobrir que qualquer coisa mudou. Descobrir, não. Assumir.
Sair mais tarde porque há coisas para fazer.
Ir buscar os sapatos que estavam a arranjar.
Sorrir a um estranho no metro.
Andar no Chiado.
Escolher andar a pé em vez de metro.
Ver o sol na Rua Garrett.
Ter de me desviar de pessoas.
Olhar para dentro de um prédio em recuperação.
Ver que a Primavera está a chegar na forma de Jacarandá.
Ouvir umas pessoas a falar francês no comboio.
Não mudar de vida, mas adaptar o que tenho ao que quero.
Começar o fim-de-semana sozinha em casa.
Fazer bolachas.
J'aime bien quand tu parles en Français avec moi. C'est l'effort, la validation, c'est la memoire de ma vie a Paris.

sábado, março 08, 2008

Uma dor que não é dor - é vazio.
Vazio outra vez, estou de volta a qualquer coisa que não conheço. Mas este vazio é diferente, já reparaste? Vem cheio de um espaço que tem espaço lá dentro. E se tento perceber, fora do tempo que não tenho, de quem é este espaço, descubro que o espaço é só meu, de ninguém mais. Não conforta. Não aquece. Não tem um abraço nem um ombro onde me posso encaixar. Não me protege, nem de mim, nem da vida que parece que tenho agora, nem do frio de que me vesti. Comecei com "Uma dor", mas não será antes uma não-dor-nem-prazer-nem-nada-que-preencha?
"Vives para ti, estás a construir o teu caminho". Não sei se quero construir um caminho que vou fazer sozinha, talvez prefira não conhecer as curvas, pode ser que numa delas estejas tu à minha espera, mão estendida para me ajudar a subir. Tu, quem? Pois...
Tenho uns sapatos novos de princesa. Mas as princesas também têm bolhas nos pés, e também sofrem ao fim do dia por causa dos saltos altos, principalmente as que vão de metro para o emprego. Porque é uma dessas que quero ser, acho eu, só não quero é usar saltos altos porque me obrigam. Só porque sabem que magoa. Eu não sei porquê, mas julgo as pessoas pelos sapatos. Desculpem as pessoas que não sabem calçar-se, é uma espécie de compulsão, acho eu. Os meus sapatos definem-me (já não são só 33 pares).
Faço bolachas de aveia porque fazem bem à cabeça, mas enquanto espero que saiam do forno e a casa cheira a massa de bolachas, não consigo pensar noutra coisa. Posso fazer bolachas para ti, se quiseres, acho que ias gostar. Não vale a pena, não ias valorizar o gesto, ias achar infantil e desajustado, não estou para me sujeitar, desculpa. Tento outras maneiras de chegar a ti, e sei que nenhuma delas é francamente verdadeira, em nenhum desses meus planos sou verdadeiramente eu.
Aproveito a tarde sem sol para ir ao cinema sozinha, "estar comigo".... Mais ainda? Mais comigo? Começo a fartar-me da minha companhia, é mais suportável quando posso partilhá-la com alguém. Ninguém me conhece como eu, é pena. É pena. Oito horas por dia não chegam para me conhecerem, e se não tenho tempo para mais, a culpa não é minha. Agora que os meus dias se definem numa rotina 24/7, o meu mundo ficou para trás, não pertenço aos meus espaços, se pensar bem, não são meus (quero que sejam?). Acho que o meu Mundo não está sequer neste hemisfério. Não sei, não sei.
Mostrou-me a Lea:


Jovem de olhar inocente
Procuro-te no meio da multidão
Mas tu não reparas,
Pois nao sabes que deténs as rédeas
Da minha alma.

Anacreonte

sábado, janeiro 19, 2008

Hoje, só hoje

Foi hoje. Aconteceu hoje, sem eu poder controlar, sem sequer perceber que ia chegar, foi hoje. Foi a ler. Foi a lembrar-me do muito que não vivi por lá, nessa terra de gentes frias e magras, homens e mulheres da mesma altura, de rio em todo o lado, e pontes mil. Foi a pensar que um mês e meio não é viver em lado nenhum, que por muito que tenha querido convencer-me, não pertenci àquelas ruas, não fui um deles, porque sozinha não fui ninguém e nao fui a lado nenhum. Foi a lembrar-me que desde lá, desde que voltei de lá, não havia, e fazia-me falta. Uma parte do que sou agora é exactamente isto, ou a ausência. A falta de alguma coisa pode só ser notada quando ela volta? Foi hoje, mas não posso dizer que tenha voltado. Apareceu, só, por um bocadinho, só, mas foi-se embora outra vez, e enquanto escrevo isto, talvez já não faça sentido escrever, porque já não é. Já não é.