sexta-feira, dezembro 14, 2007
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Às Vezes vezes 8
sexta-feira, novembro 16, 2007
Fica
terça-feira, outubro 30, 2007
Primeiro dia (noite) de aulas II
Primeiro dia (noite) de aulas
Saída Hospital de Sta Maria.
Sempre em frente ao longo da Avenida Professor Gama Pinto.
Parada no sinal encarnado, à espera do verde.
Desconhecido do outro lado da estrada, à espera do verde.
Nada de especial chama a atenção por falta de óculos e dificuldades de visão nocturna.
Sinal verde.
Desconhecido giríssimo cheio de embrulhos nas mãos e Desconhecida pronta para as aulas de frente um para o outro, hesitação no meio da passadeira para escolher quem vai pela direita e quem pela esquerda.
Sorriso.
Sorriso.
sábado, outubro 27, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
Retournée
Não é difícil quando tenho um abraço de Pai à espera no aeroporto.
Não é difícil se tenho a casa quentinha e cheia de flores. A Mãe à minha espera para falar. Os risos de sempre da minha casa. Sintra. Dormir em Sintra. Jantar com todas. Amigos que aparecem.
Não é difícil. É bom.
É bom estar numa casa onde não se consegue ler um livro sossegada. É bom uma casa que tem um sofá. Cortinas. Tapetes. Gente. Risos. Calor. Novidades novinhas em folha. Manas.
Tinha medo de chegar e ver que tudo estava na mesma. É bom chegar e ver que está. Menos eu.
Cresci.
Estou preparada para voltar para esta casa e esta família, que me abraça e que está em casa, mesmo quando não está.
Sinto-me segura no silêncio do sono dos quartos ao lado.
Não foi um fracasso. Não perdi nada.
Cresci. Tens razão, Marta, cresci.
Não consigo dormir, mas gosto de ouvir a Filipa na cama ao lado, gosto de saber que amanhã, mais cedo do que eu queria, vou acordar com o movimento da minha casa. A Minha Casa. É esta. Nunca foi um 5º andar vazio.
Paris foi bom pelo que foi e pelo que trouxe, mas esta é a minha Casa, aqui sou mais Vera.
Cresci, e posso voltar para casa, onde vão gostar mais de mim, estou melhor - vi o que não quero ser.
segunda-feira, outubro 22, 2007
Medo
do escuro
de andar de carro à noite quando não tenho os óculos
de gente estranha na rua
de morrer
de ser atropelada
de ter um desastre e ninguém saber
de não poder ter filhos
de ter filhos
de palhaços
de nunca mais deixar de ter calor
de nunca mais deixar de ter frio
de fogo de artifício
de barulhos muito intensos no geral
de ser raptada
de enlouquecer
de falar em público
de vespas (não de abelhas, só de vespas)
de nunca mais conseguir dormir uma noite inteira
de não conseguir acabar uma coisa muito importante que comecei
de ver filmes de terror
de nunca chegar a perceber o que é que quero realmente fazer
de nunca me vir a entregar 100% ao que faço
de perder o que já foi
de esquecer
de ver cada dia pior
de agulhas
do mar da Praia Grande, às vezes
da Estrada da Pena à noite, sozinha no carro
de trovoada
de voltar para Lisboa daqui a dois dias e ver que está tudo igual. E eu também.
domingo, outubro 21, 2007
terça-feira, outubro 16, 2007
Maison de Portugal
quinta-feira, outubro 11, 2007
terça-feira, outubro 09, 2007
Russie Blanche
segunda-feira, setembro 24, 2007
Michael Ondaatje II
In The English Patient
Este livro fala demais sobre mim
Michael Ondaatje
Passa pelo espantalho da horta de Hana, o crucifixo com latas penduradas e sobe a encosta em direcção à villa. Ampara a mão com a outra, como se resguardasse a chama de uma vela. Hana sai para o terraço, ao seu encontro, e ele pega-lhe na mão e encosta-a à sua. A joaninha que corre em volta da unha do dedo mìnimo passa rapidamente para o pulso dela.
Hana volta para dentro de casa. Agora é ela que leva a mão erguida à sua frente. Atravessa a cozinha e sobe a escada.
O doente vira-se para ela ao ouvi-la entrar. Ela toca-lhe no pé com a mão onde traz a joaninha. O bicho abandona o seu dedo, trocando-o pela pele escura. Evitando o mar de lençòis, inicia a longa caminhada qté ao outro extremo do corpo do doente, mancha vermelho-vivo sobre aquela carne vulcanica."
In The English Patient
Paris
Gosto desta cidade e desta minha vida, apesar das imensas saudades - saudades de pequenas coisas que eram mais do que dado adquirido: estavam tão entranhadas na minha vida que eu nem dava por elas. E agora valorizo. E sinto falta. Não é facil estar longe, mas com o tempo pode ser que este longe se aproxime. De mim, quero eu dizer. Paris
domingo, setembro 09, 2007
quinta-feira, setembro 06, 2007
5 Dias
segunda-feira, julho 16, 2007
50 Minutos
domingo, julho 01, 2007
Coisas que acontecem na Baía
- Sim, é o campeonato mundial de vela.
- E sabe até quando é que é? Uma amiga minha vai chegar dos Estados Unidos e queria saber.
- Tem lume? Só começa na 3ª feira, mas vai até meio do mês. Porque é que tem uma guitarra?
- Sou músico. Passei aqui e pensei: se começar a tocar para esta miúda, pode ser que ela me caia nos braços.
- Não me parece.
- Como é que se chama?
- Vera. E você?
- Nuno.
- Não quer tocar qualquer coisa?
- Sim. Se não gostar pode gozar comigo, se gostar pode dar-me um beijinho.
- Também não me parece. Toca em algum sítio?
- Toco numa escola, num hospital e num lar de velhinhos. Não toco em sítios mais comerciais. Mas devia. Escrevi um livro, tinha aqui dois, podia dar-lhe um, mas dei agora a amigos meus.
- Também escreve? O quê?
- Sim, escrevo poesia. E também ilustro.
(Eu Sei que vou te Amar, Caetano Veloso)
- Porque é que estás sentada neste muro sozinha?
- Estou à espera de um amigo meu.
- Estou agora a vender um cd, também não tenho aqui nenhum. Ainda não percebi porque é que estás aqui sentada.
- Estou a trabalhar no campeonato, mas já me vim embora e agora estou à espera de um amigo meu. Se alguém atirar moedas, dividimos os lucros.
- Está bem.
...
- Vera, vou-me embora. Um dia encontramo-nos outra vez por aí.
- Adeus, obrigada pela música.
- Adeus.
quinta-feira, junho 28, 2007
Mãe grande, Filha pequena
terça-feira, junho 26, 2007
5
Lembram-se quando éramos iguais? Vestidas de igual? Umas mais contentes do que outras, mas iguais. Lembram-se que tínhamos um príncipe que nos salvava do que quer que fosse preciso, que nos levava para cima ao colo quando estávamos a dormir (e éramos cinco! Ele era mesmo forte!!)? Lembram-se que quase lutávamos para ver quem era a preferida, quem é que ficava no meio, quem é que ficava com a almofada melhor (a do príncipe, claro!)?
Acordávamos cedo no Verão e havia mil cores para ver naquela caixa, ficávamos coladas pelo calor, chega-te para lá que estás no meu espaço! tira os pés de cima de mim! essa almofada é minha!! E às vezes os grandes acordavam muito chateados porque se tinham deitado tarde e nós tínhamos feito barulho! E quando havia crocodilos no mar? Tínhamos de saltar de ilha em ilha sem sermos apanhadas (mas se alguma fosse apanhada, estavam lá as outras para salvar). Lembram-se? Não te armes em grande! Não és minha mãe!!! E as viagens? Umas que achavam que tinham direito a lugares marcados só porque "enjoavam"... uns quilómetros depois já dormíamos na parte de trás, fazíamos autênticas cabanas, mas giro mesmo era quando a mãe também fazia cabanas connosco para dormir lá atrás! E uma crescida, mas uma de nós, ia à frente com o pai (Eu!! Eu!!). O cheiro da chegada ao Algarve, sempre à noite (porque nunca saímos de casa antes do almoço, como se pretendia, mas lá para as seis da tarde). E os primos. E as férias em Sintra, cabanas diferentes todos os dias, e jantares de domingo, e mais primos, e não queremos ir para a praia porque as ondas são muito grandes e está frio! Ficamos aqui para subir ao Castelo dos Mouros, apanhar maçãs, pedir boleia de mota ao Avô, ir encher a barriga de travesseiros se já fossemos das crescidas. Lembram-se de nós assim? Eu não me lembro de sermos três, mas lembro-me quando chegou a Quinta, era muito encarnada.
E agora já somos grandes. Umas de nós saem de casa, saem até de Portugal. Outras geram crianças, logo todas ganham um novo estatuto social. Umas preparam-se para ser a base de milhões de pequenos infantes, e outras treinam o seu sorriso de estrelas.
Estamos crescidas, mas estamos iguais. E continuamos iguais umas às outras. E adoramo-nos e suportamo-nos quando é preciso, e mesmo quando uma está mais longe, somos todas. E divertimo-nos tanto, não acham? Mesmo quando abusamos das coisas umas das outras ou uma está mais em baixo ou mais mal disposta. Vocês são as minhas pessoas preferidas, são todas as minhas sisters-best-friends (sim, até tu!).
E somos o orgulho de um príncipe que agora passou o rio, mas que continua aqui em nós todas. E tenho o maior orgulho de sempre em vocês e em nós todas.
Nem todas temos uma cicatriz abdominal em comum, mas é como se tivéssemos.
segunda-feira, junho 25, 2007
quinta-feira, junho 14, 2007
quarta-feira, junho 13, 2007
Racionalizando
quinta-feira, junho 07, 2007
CLICHÉ [II]
domingo, junho 03, 2007
Futura Morada
sábado, junho 02, 2007
quinta-feira, maio 31, 2007
CLICHÉ [I]
Does anyone get me when I make this bullshit small talk, talking in circles, meaning the clearest simple thing that noone understands?
quinta-feira, maio 03, 2007
terça-feira, abril 24, 2007
ERASMUS
É verdade!! É mesmo verdade. Nem quero acreditar que vou viver um ano em Paris, CAPITAL DO MUNDO!! A Gui, tão querida, mesmo antes de saber que a resposta era sim, trouxe-me um livro-guia de Paris, mesmo giro, muito completo. É folhear o meu livrinho novo e ver-me a passear nesta cidade, rua por rua, museu por museu, conhecer Paris melhor do que conheço Lisboa.
Tudo o que eu queria, mesmo o que eu estou a precisar: sair deste mundo do tamanho de uma noz, descobrir, melhor ainda do que com o Brasil e Stuttgart, que o mundo é imenso e há milhões de pessoas para encontrar, para eu conhecer. Claro que ao mesmo tempo estou assustada (o mundo é tão grande, assusta mesmo!!), mas tenho a certeza que vou ser capaz, que vou ser mesmo crescida, que vou CRESCER. Tanto! Este é o meu sonho. Já começou a realizar-se. Estou feliz (ainda por cima o meu carro voltou hoje da oficina, está lindo outra vez!).
Paris, até já!